domingo, 22 de maio de 2011

Categorias da biorremediação


Fitorremediação

Segundo Carvalho, L. (2007) a fitorremediação é uma técnica que consiste na utilização de plantas e dos micróbios a elas associados para a recuperação de zonas poluídas/contaminadas servindo-se dos processos naturais pelos quais as plantas e os micróbios da rizosfera degradam e enclausuram os poluentes. É uma tecnologia eficiente de recuperação para uma grande variedade de poluentes, sejam eles orgânicos ou inorgânicos.

Segundo o mesmo autor, a fitorremediação pode ser utilizada em substratos sólidos (campos agrícolas contendo herbicidas e pesticidas, zonas industriais e militares contendo poluentes orgânicos metais pesados e TNT), líquidos (esgotos industriais e municipais contendo metais pesados e água drenada de campos agrícolas contendo metais pesados e matéria orgânica) e gasosos (as plantas podem ser utilizadas para filtrar os poluentes do ar como, NOx, SO2, CO2 e compostos halogenados voláteis).

Ainda segundo este autor, as características que tornam as plantas favoráveis a serem utilizadas na técnica de fitorremediação são o seu crescimento rápido, a grande biomassa, o facto de serem competitivas e resistentes e ainda por serem tolerantes à poluição.

Esta técnica envolve a descontaminação de zonas contaminadas através de processos biológicos pelo recurso à utilização de plantas, ou seja, a capacidade das plantas é usada para remover, acumular ou tornar inofensivos os contaminantes ambientais (Singh et al., 2003).

Por ser um processo natural, a fitorremediação promove um tratamento adequado do meio ao qual acresce um baixo custo, quando comparado a outras alternativas convencionais de tratamento de resíduos. Mas para se obter um rendimento elevado no processo, é necessário que se verifiquem determinadas condições que favoreçam a actividade microbiana, tais como: meio anaeróbio, elevado tempo de retenção, actividade enzimática, temperatura e pH adequados. Só nestas condições o inóculo activo tóxico poderá ser tratado adequadamente (Singh et al., 2003).


Biorremediação bacteriana

Segundo Abelho, M. (2010) a técnica de biorremediação bacteriana consiste na aplicação de determinados microrganismos, mais precisamente bactérias, em locais contaminados por exemplo, com certos tipos de hidrocarbonetos levando à remediação desse local anteriormente poluído.

Segundo o mesmo autor, os principais tipos de bactérias utilizadas nesta técnica de biorremediação são, as bactérias aeróbias (são dependentes de oxigénio para realizarem o seu metabolismo) e as bactérias anaeróbias (realizam o seu metabolismo na ausência de oxigénio). As bactérias aeróbias (Pseudomonas, Alcaligenes, Sphingomonas, Rhodococcus, Mycobacterium), degradam pesticidas e hidrocarbonetos, utilizando na maioria dos casos o próprio contaminante como fonte de carbono e energia. Já as bactérias anaeróbias embora utilizem um processo idêntico ao das bactérias aeróbias são menos usadas do que estas.

A capacidade de biorremediação das bactérias tem sido explorada mais exaustivamente do que a capacidade de biorremediação dos fungos, uma vez que o cultivo de bactérias é mais fácil do que o dos fungos, sendo ainda mais acessível a utilização de técnicas de biologia molecular. Além disso, foram identificadas bactérias capazes de metabolizar e mineralizar compostos orgânicos clorados (Korda et al., 1997).


Biorremediação enzimática

As enzimas aplicadas na biorremediação enzimática são na sua maioria originárias a partir de plantas que actuam na fitorremediação. Estas enzimas podem metabolizar herbicidas e outros poluentes orgânicos. Muitas vezes recorre-se ao conhecimento dos complexos enzimáticos envolvidos no metabolismo de compostos xenobióticos para seleccionar as plantas a aplicar na fitorremediação.

As enzimas são utilizadas nos processos de degradação de compostos orgânicos por parte das plantas ao longo de três fases.

Na primeira fase, um contaminante orgânico é absorvido pela planta e sujeito a um conjunto de enzimas que catalisam transformações como oxidação, hidroxilação, halogenação, redução, esterificação e/ou hidrólise.

Na segunda fase, os novos produtos orgânicos resultantes da transformação anterior, reagem com outras enzimas, formando compostos conjugados com hidratos de carbono, aminoácidos e outras moléculas.

Na terceira fase, se o contaminante modificado não é completamente metabolizado, ou libertado da planta, ocorre a compartimentação do metabolito.

A produção de determinadas enzimas pode ser induzida pela presença de determinados compostos orgânicos. Por exemplo, a produção da enzima intracelular nitro-reductase, na bactéria Enterobacter cloacae, pode ser aumentada entre cinco a dez vezes pela adição de 2,4,6-trinitrotolueno (TNT).

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